terça-feira, 19 de julho de 2016

sistema reprodutor


CAPÍTULO 08 – Sistema Reprodutor


1º) Sistema Reprodutor Masculino

A)   Anatomia

a) testículos: 
São as gônadas ou glândulas sexuais masculinas, são órgãos  ovalados, que se encontram envoltos pelo escroto ou saco escrotal, situados na parte superior do intervalo entre as duas coxas. No interior de cada testículo existem dezenas de pequenos compartimentos chamados lóbulos testiculares; cada lóbulo abriga de um a quatro túbulos seminíferos, onde os espermatozoides são fabricados. Preenchendo o espaço entre os túbulos seminíferos encontram-se as células de Leydig ou células intersticiais produtoras do hormônio masculino a testosterona.


Espermatozóide: é o gameta masculino formado por uma cabeça, onde encontramos o acrossomo, núcleo, é essa parte que fecunda o óvulo; peça intermediária( pescoço) com centríolos e mitocôndrias); e um flagelo para dar mobilidade a célula.


a)    Epidídimo
É um enovelado de túbulos localizados sobre o testículo, onde os espermatozoides recém-formados ficam armazenados.
b)   ductos deferentes
Dos epidídimos, os espermatozóides passam para os ductos deferentes. Cada ducto é um tubo longo no qual são descarregados os líquidos seminal e prostático. O líquido seminal, que nutre os espermatozóides, é produzido pelas vesículas seminais, duas bolsas membranosas situadas atrás da bexiga urinária. O líquido prostático, produzido pela próstata, é leitoso alcalino e contribui para neutralizar a acidez das secreções vaginais, além de promover um aumento da motilidade e da fertilidade dos espermatozóides. A próstata é um órgão cônico, do tamanho de uma avelã, situado abaixo da bexiga. O esperma ou sêmen  é basicamente constituído por espermatozoide e pelo conjunto desses dois líquidos.
c)    ducto ejaculatório
Os ductos deferentes, cada um proveniente de cada testículo, fundem-se e formam o ducto ejaculatório. Assim, dos ductos deferentes, os espermatozoides passam para o ducto ejaculatório e daí para o interior da uretra.
d)   glândula bulbouretral
Também conhecida como glândulas de Cowper, são duas estruturas do tamanho de um grão de ervilha, localizadas na porção inferior da próstata, de cada lado da uretra. Produzem uma secreção viscosa que também faz parte do sêmen e facilita a relação sexual, em virtude do caráter lubrificante que apresenta.
e)    pênis
É o órgão copulador masculino. Ele possui veias e capilares sanguíneos modificados em tecido esponjoso, os corpos cavernosos, que ao encher de sangue provoca a ereção do pênis. A região anterior do pênis forma a glande ( a cabeça do pênis), recoberta por uma prega dita prepúcio. O pênis abriga em seu interior a uretra, canal por onde o sêmen e projetado para for a do corpo durante a ejaculação. No homem, a uretra tem função dupla, uma vez por ela ocorre a eliminação da urina e também de sêmen




B)   Fisiologia
   Hormônios masculinos
Nos testículos as células intersticiais produzem hormônios masculinos conhecidos como andrógenos, dos quais o mais importante é a testosterona. Este hormônio é o responsável pelo desenvolvimento do sistema reprodutor, pelos caracteres secundários crescimento dos ossos em comprimento e espessura, aparecimento de pelos, tonalidade da voz, estreitamento da bacia) e pela maturação dos espermatozóides. No entanto, a hipófise, através dos seus hormônios gonadotróficos FSH( folículo estimulante) e o LH( luteinizante), também chamado ICSH( estimulador das células intersticiais), é diretamente responsável pela estimulação da espermatogênese e da ativação das células intersticiais. Por um mecanismo de feed-back negativo, quando a concentração de testosterona no plasma sanguíneo é alta, há inibição da produção de LH e consequentemente, diminui a produção de testosterona.
 Espermatogênese
No interior dos testículos, os lóbulos dotados de túbulos seminíferos, que são revestidos por um epitélio dotado de dois tipos básicos de células
a)  células de Sertolli: responsáveis pela nutrição dos espermatozoides;
b) células germinativas ou espermatogônias: responsáveis pela produção de espermatozoides
As espermatogônias são células diploides ( 2n) que se multiplicam intensamente, por mitose, originando células também diploides. As células diploides assim produzidas constituem novas espermatogônias ou então células ligeiramente maiores, ditas espermatócitos primários ou de 1º ordem.
Cada espermatócito de 1º ordem ( 2n) sofre meiose e origina, após a meiose I, dois espermatócitos secundários ou de 2º ordem, haploides(n). os espermatócitos secundários, por sua vez, completam o mecanismo meiótico, originando espermátides haploides. Assim, cada espermatócito primário origina quatro espermátides.
As espermátides formadas passam por um processo de diferenciação chamado espermiogênese, pelo qual, após várias alterações morfofuncionais, transforma-se em espermatozoides.



Sistema Reprodutor Feminino
           

            1º) Anatomia
a)    Ovários
Os ovários são duas glândulas ou gônadas sexuais femininas, que se localizam na parte
inferior da cavidade abdominal, uma de cada lado do útero. No interior dos ovários existem
milhares de folículos. Cada um deles é formado por um ovócito, célula fértil, envolvido por
inúmeras células estéreis ditas células foliculares. Na mulher em maturidade sexual, a
cada 28 dias mais ou menos, geralmente um dos folículos ovarianos torna-se suficientemente
desenvolvido a ponto de permitir a conversão do ovócito em óvulo, que é o gameta feminino.
O óvulo é então expelido do ovário e capturado pelas fímbrias (franjas) da tuba uterina. 


a1)Óvulo
Zona pelúcida: película gelatinosa espessa
Corona radiata: são células pequenas que protegem o óvulo. Na fecundação, os acrossomos (espermatozóides), liberam uma enzima, a hialuronidase, que desfaz a corona.
Células foliculares: envolvem as células formadoras de óvulos, constituindo os folículos ovarianos.
      Membrana vitelina: membrana do óvulo




b)   Tubas uterinas ( Trompas de Falópio)
As tubas uterinas são tubos musculares e flexíveis. Com cerca de 12 cm de comprimento, que comunicam os ovários com o útero.

c)    Útero
É um órgão muscular de parede espessa, com cerca de 7,5 cm de comprimento e 5 cm de largura, em estado normal não-gravídico. A porção muscular da parede uterina é dita miométrio; internamente, a parede é revestida por uma membrana mucosa dita endométrio, onde o embrião se instala. A sua porção dita colo uterino, ;e estreita e comunica-se com a vagina.

d)    Vagina
A vagina é um canal com 10 a 15 cm de comprimento, situado entre a bexiga urinária e o reto. Representa o órgão copulador feminino. Durante a excitação sexual, a parede da vagina dilata-se e recobre-se de substâncias lubrificantes produzidas pelas glândulas de Bartolin.

e)    Vulva
A vulva é a genitália feminina externa, que compreende as seguintes partes:
v  Grandes lábios: duas pregas de pele que envolvem os lábios menores;
v  Pequenos lábios: duas pregas que protegem a abertura vaginal;
v  Clitóris: órgão erotizante, com capacidade erétil;
v  Hímen: membrana delgada que pode estar ausente; quando presente, reveste total ou parcialmente o óstio vaginal

                       
2º) Fisiologia

a)    Ovogênese
A ovogênese ocorre no interior dos ovários, que se inicia na vida intra-uterina, pois a fase de multiplicação das ovogônias (2n) começa por volta do quarto mês de gestação. Logo em seguida, inicia-se a fase de crescimento, que culmina com a transformação das ovogônias em ovócitos primários ou de primeira ordem (2n). após o crescimento, que se prolonga por um período de três a cinco meses, inicia-se a fase de maturação, em que os ovócitos primários entram em meiose. Aqui, porém, ao final da prófase I, o mecanismo meiótico interrompe-se e os ovócitos entram em um processo de “dormência”, que se estende até a puberdade. Quando a mulher atinge a maturação sexual, na puberdade, a meiose prossegue sob o estímulo hormonal. Entretanto a cada ciclo geralmente apenas um ovócito completa a fase de maturação, originando um óvulo fértil. As outras células formadas ditas corpúsculos polares ou glóbulos polares(n), degeneram.
Ao atingir a maturação, o folículo ovariano, agora denominado folículo de Graff,  cresce e promove o rompimento da superfície ovariana. O óvulo é então expelido do ovário, à ovulaçãoß; em seguida é capturado pelas fímbrias da tuba uterina.
Nesse estágio pode-se notar que o óvulo acha-se envolvido e protegido por muitas células pequenas que o acompanham na ovulação. O conjunto dessas células que o envolvem, são ditas corona radiata.


Diferenças entre espermatogênese e ovogênese
Fase de multiplicação: na epermatogênese à é a mais significativa e se estende durante praticamente toda a vida do homem. Na ovogênese à é restrita à vida intra-uterina, ou termina após o nascimento.
Fase de crescimento: na ovogêneseà é mais longa e mais acentuada, porque as ovogônias aumentam de tamanho por causa do acúmulo de vitelo (material nutritivo). Assim os ovócitos primários são bem maiores que os espermatócitos primários.
Fase de maturação: na espermatogênese à cada espermatogônia origina quatro células (espermatozóides). Na ovogêneseà cada ovogônia origina apenas um óvulo funcional.

b)Controle Hormonal
No início de cada ciclo menstrual, a adenoipófise lança no sangue feminino o FSH. Esse hormônio determina no ovário a maturação de folículos ovarianos.
Sob o estímulo do FSH, o ovócito (dormente no estágio de prófase I da meiose) reinicia o processo meiótico; as células foliculares passam a produzir quantidades significativas de vários hormônios, ditos estrógenos, entre os quais o mais importante é o estradiol. Uma vez no sangue, os estrógenos atuam na hipófise, inibindo a produção de FSH e estimulando a produção do LH. Os estrógenos atuam no desenvolvimento da mucosa uterina (endométrio) e estimulam o crescimento do útero e das mamas.
O LH, surgido sob o estímulo dos estrógenos, atua no ovário, onde estimula a ovulação, que é a saída do óvulo do interior do ovário e, sob o estímulo do LH, passam a produzir um lipídio amarelo (luteína), transformando-se no corpo lúteo ou amarelo. O corpo lúteo passa a produzir a progesterona, hormônio que atua no útero, completando o desenvolvimento do endométrio e inibindo as contrações da musculatura uterina. Além disso, a progesterona atua na hipófise, bloqueando a síntese de FSH e de LH; nas glândulas mamárias, estimula o crescimento das regiões secretoras de leite.


Óvulo não-fecundado à Situação hormonal

Se o óvulo não for fecundado, tem-se o seguinte quadro hormonal:
Após a ovulação, o nível de FSH no sangue torna-se baixo, já que a síntese desse hormônio é inibida pelos estrógenos. Em conseqüência, ocorre redução na produção de estrógenos, uma vez que é o FSH que estimula a secreção desse hormônio. A redução no nível de estrógenos acarreta redução na síntese de LH.
A carência de LH determina o atrofiamento do corpo lúteo do ovário e a diminuição do nível de progesterona no sangue. Com isso, parte do endométrio desliga-se do útero e é eliminado através do canal  vaginal. Juntamente com o sangue dos vasos rompidos na mucosa uterina. Inicia-se o fluxo menstrual.

b)    Fecundação , Nidação e gravidez
A fecundação compreende o processo de fusão dos núcleos masculino e feminino dos gametas, formando a célula-ovo ou zigoto.
Os espermatozóides lançados no canal vaginal, penetram no colo uterino, atingem o útero e finalmente, alcançam a tuba uterina, onde o óvulo é fecundado.
Em contato com o óvulo, os acrossomos dos espermatozóides liberam  enzimas, como a hialuronidase, que desfazem a corona radiata. Em seguida, mediante a ação de enzimas proteolíticas, um espermatozóide perfura o óvulo, penetrando-o.
O óvulo contém uma membrana dita membrana vitelina. Revestindo-a, existe um aglomerado de material glicoprotéico, que constitui a zona pelúcida. Quando um espermatozóide penetra no óvulo, este libera o líquido perivitelínico, se coloca entre a membrana vitelina e a zona pelúcida, ampliando o espaço existente entre elas. Nessas condições, a membrana vitelina enruga-se e passa a constituir a membrana de fecundação, que bloqueia a entrada de outros espermatozóides que rodeiam o óvulo.
Após a fecundação, o zigoto origina um pequeno embrião que percorre a tuba uterina e se instala no endométrio, caracterizando a nidação.
Após a nidação certas células do embrião produzem o hormônio gonadotrofina coriônica (HGC), que substitui fisiologicamente o LH. Isso mantém estimulada a produção de progesterona pelo corpo lúteo, fato que impede a menstruação e evita o aborto.
Com um mês de idade, o embrião tem pouco mais de 0,5 cm de comprimento e está envolto por uma bolsa cheia de líquido, a bolsa amniótica, que o protege contra a dessecação e eventuais choques mecânicos.
A superfície da bolsa amniótica é recoberta por projeções ditas vilosidades coriônicas, que penetram no endométrio uterino. Ao redor das vilosidades formam-se lacunas onde circula sangue materno. O sangue do embrião, que circula nos capilares das vilosidades, realiza trocas com o sangue materno que circula nas lacunas. Alimento e oxig6enio passam do sangue da mãe para o filho, enquanto excreções e gás carbônico fazem o caminho inverso
A partir do segundo mês de vida embrionária, a maior parte das vilosidades coriônicas regride. Resta, porém, uma região onde a implantação no endométrio trona-se mais profunda, originando a placenta.
O embrião comunica-se com a placenta através do cordão umbilical, no interior do qual existem duas artérias e uma veia. As artérias levam sangue do corpo do embrião até a placenta, enquanto a veia leva o sangue da placenta ao embrião.

Ciclo  Menstrual
A primeira menstruação ( menarca) ocorre normalmente na puberdade e o fenômeno se repete até a mulher atingir a menopausa (ao redor dos 50 anos).
A menstruação ocorre quando a taxa de todos os hormônio sexuais torna-se baixa no sangue da mulher. Ainda durante o período menstrual, que dura de 3 a 7 dias, a hipófise reinicia a produção de FSH, o que induz o desenvolvimento dos folículos ovarianos. Estes passam a produzir estrógenos, que induz o crescimento do endométrio.
Quando a taxa de estrógenos no sangue atinge determinado nível, a hipófise é estimulada a liberar grande quantidade de FSH e de LH. Juntos, esses dois hormônios induzem a ovulação, que ocorre geralmente por volta do 14º dia a partir do início do ciclo menstrual.



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