sexta-feira, 3 de maio de 2019

hormonios vegetais

Hormônios Vegetais
Uma planta necessita de água, gás carbônico, sol, clorofila e íons minerais, como o nitrogênio do solo para crescer. As nas plantas como nos animais a regulação e a coordenação do metabolismo, do crescimento e da morfogênese depende de estímulos, substância químicas ditas hormônios (do grego hormam = estimular). Os hormônios vegetais são chamados de fitormônios. Eles podem ser produzidos em um tecido e transportados para outro tecido, ou podem agir no mesmo tecido em que foram produzidos. Eles são ativos em pequenas quantidades. Os principais são: auxinas, citocininas, giberelinas, ácido ascórbico e etileno
1º) Auxinas - AIA – ácido indolilacético.



Charles Darwin e seu filho Francis, foram os primeiros a documentar o efeito do AIA, em 1881.
“Quando as plântulas são expostas a uma luz lateral, alguma influência é transmitida da parte superior para a inferior, causando a curvatura da última”.
As plantas normalmente crescem em direção da luz. Quando o seu ápice foi cortado ou encapado por um colarinho a prova de luz, a curvatura não ocorreu. Se a base for coberta, e o ápice estiver em perfeitas condições, ele irá se curvar.
Em 1926, o fisiologista vegetal Frits W. Went teve sucesso no isolamento da “influência” vinda dos ápices dos coleóptilos de plântulas de aveia. Ele chamou essa substância de auxina à Ácido Indol Acético.
As auxinas são sintetizadas pelas folhas, principalmente pelas gemas apicais dos caules de onde é distribuída para o vegetal. Os tecidos que sintetizam o AIA são os meristemas, e o seu transporte é polarà  transporte polar basípeto; isto é, do ápice para a base e NUNCA o inverso. A velocidade de transporte polar da auxina é de 5 a 20 cm/h.
Além do transporte polar, recentemente, foi demonstrado que a maior parte do AIA sintetizada nas folhas maduras, parece ser transportada de modo não-polar, pelo floema.
A concentração A promove um ótimo crescimento da raiz, e para o caule é ineficaz; já a concentração B é ótima para o crescimento do caule, inibe totalmente o crescimento da raiz.
Com isso, percebemos que a raiz precisa de pequenas quantidades de AIA e o caule precisa de mais.
Funções da Auxina
        a)    Abscisão das folhas:  a quantidade de AIA em uma folha é inversamente proporcional à sua idade. As folhas velhas caem quando a concentração atinge um valor baixo, menor que o ponto de inserção do pecíolo no caule. Forma-se no pecíolo da folha um tecido especial, a camada de abscisão, com células menores, dispostas em camadas transversais, ela é muito frágil e com isso permite que a folha velha se destaque.
     1-    Fase de manutenção da folha:  a alta concentração de AIA na folha reduz a sensibilidade da zona de abscisão ao etileno e evita a queda da folha.
    2-    Fase de indução da queda: a diminuição do AIA na folha aumenta a produção do etileno e a sensibilidade da zona de abscisão que desencadeia a fase da queda.
     3-    Fase da queda: síntese de enzimas que hidrolisam os polissacarídeos da parede celular resultando na separação das células e na abscisão das folhas.

    b)    Formação do fruto: o AIA liberado pelas sementes em formação estimula o crescimento dos frutos. Há frutos como a banana, laranja-baía e o limão taiti, que são frutos sem sementes, são ditos frutos partenocárpicos. A partenocarpia é obtida artificialmente de ovários com óvulos não fecundados, por pulverização local ou por aplicação de pasta de AIA.
         
  
c)    Dominância ou inibição apical: a alta concentração de auxina no ápice da planta inibe o desenvolvimento das gemas laterais à Dominância apical. Com a retirada da gema apical à inibição apical, as gemas laterais se desenvolvem, formando novos ramos na planta. Quando se substitui a gema apical por um bloco de ágar com AIA, a inibição das gemas laterais serão inibidas.
As auxinas e os tropismos

Tropismos são movimentos de crescimento das plantas em resposta a um estímulo externo, por exemplo, a luz e a força gravitacional.
LUZ: Pode manifestar-se na forma de curvatura do caule e raízes. Quando o crescimento ocorre em direção ao estímulo, é denominado de tropismo positivo. Quando ocorre em sentido contrário, é considerado como tropismo negativo.
O tropismo é controlado pelas auxinas que estimulam o alongamento celular, controlando a direção do crescimento.

Força Gravitacional: Gravitropismo: a raiz tem gravitropismo positivo (antes chamado de geotropismo), porque cresce no sentido do solo, para baixo. O caule possui gravitropismo negativo, porque cresce em direção contrária ao solo.

2º) Giberelinas
Em 1898, um pesquisador japonês Shotaro Hori descreveu uma doença que afetava lavouras de arroz, doença-da-plantinha-boba. A planta com essa doença crescia rapidamente, era longa e fina de coloração pálida, não produziam grãos e tendia a cair.

Em1926, o pesquisador japonês Eiichi Kurosawa constatou a presença de fungos do gênero Gibberella fujikuroi.
Em 1934 a giberelinas (GA) foi isolada e nomeada pelos químicos T. Yabuta e Y. Sumiki.
Em 1956, J Mac Millan, na Inglaterra, foi o primeiro a isolar com sucesso a giberelinas em sementes de feijão (Phaselous vulgaris).
A partir de então, as giberelinas foram identificadas em muitas outras plantas e em diferentes quantidades, mas as maiores concentrações são encontradas em sementes imaturas.
A mais estudada das 125 giberelinas existentes, é a que pertence ao grupo GA3, conhecida como ácido giberélico, que também é produzida pelo fungo Gibberella fujikuroi.
As giberelinas são produzidas nos mesmos locais que a auxina: meristemas apicais, em folhas jovens e nos embriões em desenvolvimento. Transportadas pelo xilema e floema.
Funções
Estimulo ao alongamento celular
Estimulo a floração
Promoção do desenvolvimento dos frutos, partenocarpia também
Quebra da dormência de gemas e de sementes.

 Plantas geneticamente anãs se forem pulverizadas com giberelinas, passam a se desenvolver bem, adquirindo um tamanho normal.
• Produção de Cerveja → Durante a produção de malte a partir de sementes de cevada, giberelinas podem ser usadas para acelerar a hidrólise de reservas da semente, pela indução da produção de enzimas hidrolíticas na camada de aleurona. Essas enzimas são liberadas no interior do endosperma amiláceo, onde quebram as reservas do endosperma em acucares e aminoacdos, os quais são solúveis e difusíveis. Os açúcares e os aminoácidos são então absorvidos pelo esculeto (cotilédone) e transportados para o sistema caulinar e para as raízes, promovendo o crescimento

                                    http://katyabotanica.blogspot.com/2015/06/giberelinas-reguladores-de-altura-das.html
3º) Etileno
O etileno ou eteno é o hidrocarboneto alceno mais simples da família das olefinas, constituído por dois átomos de carbono e quatro de hidrogênio. Existe uma ligação dupla entre os dois carbonos. A existência de uma ligação dupla significa que o etileno é um hidrocarboneto insaturado. H2C = CH2
Na “China milenar” já se sabia que os frutos colhidos amadureciam mais rapidamente quando armazenados em uma sala onde se queimava incenso.
 No século XIX a iluminação era feita com gás. Na Alemanha, verificou-se que o vazamento de gás dos postes de iluminação causava a desfolhação de árvores plantadas ao longo das avenidas.
A biossíntese do etileno começa com o aminoácido metionina, que reage com o ATP para forma um composto dito S-adenosilmetionina, ou SAM. Após isso o SAM é quebrado em dois compostos diferentes, sendo que o principal é o  ácido 1-aminocloropropano 1-carboxilícoà ACC, que é o percursor imediato do etileno. A enzima que catalisa a conversão de SAM para ACC é a ACC sintase. A sua produção pode ser afetada pelo frio e pelo CO2.

Biossíntese do etileno
Tirado do livro do Ravem pág: 629

Funções:

       a)    Amadurecimento dos frutos: os frutos maduros ou podres liberam etileno, que induz a maturação de frutos sadios.
           
            (Tirado ri.usf.br)
Se você quiser que um determinado fruto amadureça rapidamente, deve-se fazer uns sulcos nele e embrulha-lo; dessa forma o etileno não dissipa e fica retido no fruto, acelerando seu amadurecimento.
     a)    Indução da abscisão: o etileno presente nas folhas estimula a produção da celulase, enzima que destrói a parede celular, causando a queda de folhas, frutos e flores. Em vários sistemas a abscisão é controlada por uma interação entre o etileno e a auxina. Enquanto o etileno estimula a abscisão, a auxina reduz a sensibilidade das células da zona de abscisão.
      b)    Indução da floração: o amadurecimento de frutos carnosos, a clorofila é degradada, o fruto muda de cor pela formação de outros pigmentos, simultaneamente, a parte carnosa amolece por causa da digestão enzimática da pectina, um dos principais componentes da parede celular.  Nesse período, ocorre também a conversão de grãos de amido e ácidos orgânicos em açúcares, tornando os frutos doces e palatáveis.

4º) Ácido Abscísico (ABA): é um hormônio vegetal relacionado à inibição do crescimento, dormência das sementes e gemas, além do fechamento estomático. É produzido em folhas, no caule e na coifa da raiz, é transportado pelos vasos condutores.
Nas células-guarda dos estômatos ele estimula a saída de íons potássio, reduzindo a pressão osmótica e o turgor das células, com isso ocorre o fechamento estomático, esse processo é muito importante para as plantas de clima seco e muito quente, por causa da escassez de água. 
estômato

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