Histologia vegetal
Histologia Vegetal é o
estudo específico de tecidos vegetais. Tecidos Vegetais são
grupos de células que durante o desenvolvimento embrionário, geralmente
realizam as mesmas funções. São divididos em:
Tecidos
Meristemáticos (meristemas): apresentam células indiferenciadas com elevada incidência de
divisão celular por mitose, responsável pelo crescimento da planta em espessura
e em comprimento. Ocorrem nos ápices dos caules e da raiz.
Tecidos
adultos (tecidos permanentes da planta): derivam de meristemas e têm células diferenciadas. São responsáveis pela
realização das funções vitais, como a condução de substâncias (xilema e
floema); a sustentação (colênquima e esclerênquima; revestimento (epiderme e súber)
e o preenchimento e armazenamento (parênquimalocalização do tecidos vegetais |
1º) Meristemas (do grego merismo = dividir)
Todos os tipos de células que
compõem uma planta tiveram origem a partir dos tecidos meristemáticos, formados
por células que possuem uma parede primaria fina, pequenos vacúolos e grande
capacidade de realizar mitose. As células que mantém o meristema como uma fonte
contínua de novas células, são ditas, iniciais,
das quais uma permanece sempre inicial e a outra se torna uma célula do corpo,
dita derivada.
O tecido meristemático pode ser: Primário e Secundário.
Meristema
Primário: Os tecidos
meristemáticos primários são: a protoderme, o procâmbio e o meristema
fundamental.
A protoderme ou dermatogênio é
o tecido que reveste externamente o embrião e dará origem a epiderme, o
primeiro tecido de revestimento da planta.
O procâmbio ou pleroma dará origem aos tecidos
vasculares, xilema e floema primários. O procâmbio permanece como tecido
meristemático entre o xilema e o floema, sendo chamado de câmbio fascicular, que origina mais xilema e mais floema
O meristema fundamental ou periblema se
forma logo abaixo da protoderme e dará origem ao córtex, constituído pelo
parênquima e os tecidos de sustentação, colênquima e esclerênquima.
O caliptrogênio
presente SÒ na raiz, origina a
coifa que protege a ponta da raiz contra o atrito
Meristema secundário: promove o crescimento em espessura
da planta. Aumentam o diâmetro da raiz e do caule nas angiospermas, que são
chamadas de lenhosas; as
angiospermas que não desenvolvem o meristema secundário são ditas herbáceas.
Os tecidos meristemáticos secundários são: o câmbio e o
felogênio.
O câmbio
interfascicular origina o xilema e floema secundários.
O felogênio origina
o súber, um tecido morto de proteção e a feloderme um tecido vivo com função de
revestimento.
O conjunto súber + felogênio + feloderme à forma a periderme
Tecidos adultos
ou permanentes
1º) Revestimento
Os tecidos de revestimento protegem a planta contra perda de água e contra
a ação de agentes externos físicos, químicos e patógenos. Eles são a epiderme e periderme.
a)
Epiderme: é formada por uma camada de células vivas (uniestratificada),
aclorofilada, justapostas e achatadas. Pode estar ausente em plantas aquáticas
ou em plantas de lugares úmidos. Ela possui vários anexos, como:
v Cutícula: é uma película de revestimento formada por cutina, que é impermeabilizante. A
cutícula protege também contra a perda de água e infecções e traumas mecânicos;
v
Estômatos: se localizam nas folhas na epiderme
inferior. Ele é formado por um par de células
estomáticas ou células guarda. Entre elas forma-se um orifício ostíolo que permite a entrada e saída
de gases atmosféricos. As células-guarda, que são as únicas células epidérmicas
com cloroplastos, apresentam formato de rim e, em algumas espécies de
monocotiledôneas, formato de halteres.
v Pelos
ou tricomas: eles podem ser simples ou ramificados, vivos
ou mortos e têm várias funções: proteção, absorção e secreção e podem ser
encontrados em várias partes dos vegetais. Por exemplo: pelos absorventes
presentes na raiz, nas plantas epífitas eles absorvem água da chuva, outros
podem atuar contra o ataque de insetos, os tricomas das plantas carnívoras
ajudam na captura de alimento. Nas urtigas, seus pelos são perfurados e
pontiagudos que ao serem tocados perdem a ponta e liberam uma substância
urticante ao penetrarem na pele de um animal.
v Hidatódios:
são estômatos modificados especializados em eliminar o
excesso de água, estão situados nas bordas e nas pontas das folhas, onde pela manhã
liberam gotículas de águaà gutação.
a)
Periderme: são encontrados em plantas lenhosas. Eles
substituem a epiderme nas regiões mais velhas do caule e da raiz. A periderme
se forma a partir da diferenciação do felogênio (meristema secundário), que é
constituído por células com grande capacidade de divisão. O felogênio produz feloderme (células vivas), situada para
dentro e o súber ou cortiça (células
mortas) situada para fora
2º) Parênquimas
Tecido vegetal fundamental, que constitui
a maior parte da massa dos vegetais, formado por células poliédricas, quase
isodiamétricas e com paredes não lignificadas, a partir das quais os outros
tecidos se desenvolvem. São formados por células vivas dotadas de parede
primária, essa parede é importante na regeneração e cicatrização de lesões,
essas células também originam as raízes adventícias; algumas células
parenquimáticas apresentam também paredes secundárias.
Funções:
Preenchimento
Sua
função é preencher espaços entre os tecidos internos. As células desse tecido
são grandes, não especializadas e com paredes finas. Estão presentes em grande
quantidade no córtex à parênquima cortical e na
medula à parênquima medular de raízes e caules
Fotossíntese à parênquimas clorofilianos
São ricos em
cloroplasto , ele se localiza entre as epidermes superior e inferior da folha.
Há dois tipos desse parênquima: paliçádico : possui células
alongadas e ricas em cloroplastos, suas células estão presas umas às outras e
dispostas perpendicularmente à superfície das folhas e o O parênquima lacunoso (ou esponjoso): tem por características células de formato
irregular e presença de espaços intercelulares.
Armazenamento
Nos tecidos vegetais cujas células
possuem leucoplastos com amido, o parênquima tem a função de reserva ou amilíferos, e são encontrados nas
raízes e caules subterrâneos. Eles podem conter outras substâncias como
proteínas e outros açúcares.
Há também parênquimas aeríferos ou aerênquimas, constituídos por
células com grandes espaços entre elas, que formam cavidades cheias de ar.
Estão presentes em plantas aquáticas tornando-as
mais leves, facilitando a flutuação e ainda a troca de gases nas partes
submersas da planta.
Em plantas de ambientes
secos encontra-se um parênquima aquífero que
tem o papel de reserva de água, importante para esses vegetais.
clorofiliano |
.
4º) Tecidos de
condução
As plantas
vasculares possuem dois tecidos condutores: o xilema ou lenho (derivado do grego "ξύλον" =
"madeira") ele transporta a seiva
bruta (água e sais minerais) da raiz para a folha, o outro tecido é o floema ou líber (derivado do grego phlóos, «idem») ele transporta a seiva elaborada (substâncias orgânicas,
como a glicose) das folhas para o caule e raiz. O xilema e o
floema podem ser primários que estão organizados no sistema axial e paralelo ao
maior eixo do órgão
ou secundários, que estão organizados no sistema axial e radial e
dispostos na horizontal. Os
primários são formados a partir do procâmbio,
e os secundários são formados a partir do meristema lateral denominado de câmbio vascular.
Xilema
É um tecido morto formado
por traqueídes e elementos dos vasos.
Os traqueídes são células mortas com reforço de lignina, que estão
dispostos em anéis espirais, que lembram a traqueia dos vertebrados, por isso o
nome traqueídes. A comunicação entre as células dos traqueídes é feita através
de poros ditos pontuações. Nas gimnospermas essas pontuações são
areoladas. A seiva circula entre essas pontuações.
Os elementos de vaso são as principais estruturas condutoras da seiva
bruta nas angiospermas, eles estão dispostos em sequência, formando cordões celulares que vão da raiz até as
folhas. São caracterizados por apresentarem perfurações, que são poros desprovidos de parede primaria e
secundaria. Assim os elementos de vaso superpostos formam longos tubos
contínuos, ditos vasos lenhosos.
Floema
O floema, também chamado de
líber, é formado por células vivas,
que possuem parede celular e um fina camada de membrana plasmática, ele é
responsável pelo transporte da seiva elaborada. Ele é constituído por dois
tipos de células tubos crivados e
células-companheiras.
Tubos crivados: são formados por células vivas e alongadas, cujas
paredes transversais são perfuradas por
muitos poros que recebem o nome de placa
crivada.
As células que compõem o
tubo crivado são ditas elementos de tubo
crivado, elas possuem um vacúolo grande central e um fina camada de
citoplasma, não possuem núcleo. Através dos crivos, a seiva elaborada passa de uma célula para
outra, juntamente com finos filamentos citoplasmáticos, os plasmodesmos.
Células-companheira: estão dispostas lateralmente aos tubos crivados,
comunicam-se com ele pelos filamentos plasmodesmos, auxiliando os elementos de
tubos crivados no transporte da seiva elaborada.
Bibliografia
Amabis: biologia dos organismo Vol 2
Cesar/Szar/Caldani biologia vol 2
Peter H. Ravem Biologia Vegetal
Antônio Pezzi biologia vol 2
Fotos da internet
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