O filo Porifera (do
grego pori = poro; phoros = portador); elas apresentam
muitos poros pelo corpo. As esponjas atuais se diferem das ancestrais que devem
ter surgido no período final da era Pré-cambriana.
A sua natureza animal apenas foi reconhecida em 1765, mas a
sua posição sistemática permaneceu incerta até 1857.
1º) Características Gerais
·
Possuem poros;
·
São sésseis;
·
São aquáticas;
·
Não possuem órgão ou tecidos verdadeiros;
·
São multicelulares;
·
A maioria possui corpo assimétrico; ou simetria
radiada
·
Sustentação esquelética é feita por espículas ou
por espongina;
·
Reprodução assexuada por brotamento ou gemulação
e sexuada com desenvolvimento indireto com a formação da larva anfiblástula, e podem ter também com
desenvolvimento direto
São denominadas também como Parazoa (grego para = ao
lado de), porque elas compartilham poucas características com outros filos de
metazoários (muitas células).
·
São diploblásticos (2 tecidos)
·
Acelomados
·
Sem cavidade digestiva
2º) Organização Corporal
Tem a forma de um cilindro oco,
onde a extremidade posterior está aderida a um substrato, e a extremidade
anterior é aberta e recebe o nome de ósculo.
A sua cavidade interna recebe o nome de espongiocela ou átrio (termo em desuso). Entre a epiderme e a
cavidade interna há um espaço gelatinoso, dito meso-hilo (mesenquima) onde estão imersos diversos tipos celulares.
A parede do corpo é formada por três regiões:
a) Epiderme: é
formada por uma camada de células, chamadas pinacócitos,
interrompida por porócitos.
b) Na
endoderme encontramos células características das
esponjas, os coanócitos que promovem a
circulação de água com batimentos de seus flagelos e que fagocitam partículas
de alimentos suspensos na água. Ele é formado por um colarinho que retém as partículas
alimentares inaladas.
c) Entre
as camadas aparece o mesenquíma, formado por uma espécie de
gelatina, com várias células: amebócitos, células que se locomovem por
pseudópodos; arqueócitos, células não especializadas capazes de
originar outras células; espongioblastos
e escleroblastos, que produzem o esqueleto do animal.
A circulação
da água se dá da seguinte maneira: ela entra pelos poros, vai para a
espongiocela e é expelida pelo ósculo. Essa movimentação é realizada com os
batimentos do flagelo presentes nos coanócitos que capturam, por fagocitose, seres unicelulares e realizam
a digestão intracelular, ou seja, no
interior da célula. Dos coanócitos, o alimento passa para os amebócitos, que o distribui a outras células do mesenquima e à epiderme. A alimentação se dá através de partículas alimentares suspensas na água, como protozoários e algas unicelulares
Nas
esponjas, não há sistemas responsáveis pela respiração, circulação e excreção.
O oxigênio e os excretas entram ou saem por difusão das células e são levados
pela corrente de água, a difusão é suficiente para o transporte de substâncias
e o alimento chega com a corrente de água.
Quando a água entra ela traz junto o
gás oxigênio e alimento para a esponja, elas são animais filtradores, e ao sair
leva consigo excretas nitrogenados e o gás carbônico.
A sustentação da esponja é dada por uma
rede macia e flexível de filamentos proteicos, a espongina, produzida pelos espongioblastos. Além dessa rede, há
esponjas que possuem um esqueleto formado por espículas de calcário (Carbonato
de cálcio) ou sílica (dióxido de silício). Este esqueleto, mais duro, é
produzido pelos escleroblastos.3º) REPRODUÇÃO
A reprodução pode ser assexuada ou sexuada. A grande capacidade de reprodução assexuada e de regeneração das esponjas decorre do pequeno grau de complexidade deste animal.
A reprodução assexuada
pode ser por:
a) Brotamento: a esponja-mãe produz uma projeção no
corpo, que recebe o nome de broto,
que pode se soltar ou ficar preso ao corpo formando uma colônia.
Reprodução Sexuada
O espermatozóide e óvulo originam-se dos arqueócitos e
coanócitos, não havendo órgãos sexuais especializados. Algumas esponjas são dióicas (de sexos separados) mas a maioria
é hermafrodita ou monóica. Neste
último caso, porém, o espermatozóide e o óvulo de um indivíduo são geralmente
produzidos em épocas diferentes. Portanto, a fecundação é quase sempre cruzada.
Os espermatozóides saem pelo ósculo e penetram em outra esponja junto com a
água, onde fecundam os óvulos.
O desenvolvimento
embrionário é indireto: o ovo não origina uma esponja mas se diferencia em
dois tipos de larvas móveis com flagelos: a anfiblástula
(esponja siconoides) e a parenquímula (esponja Leucon e Asco). As larvas
saem do ósculo, nadam algum tempo e, em seguida, fixam-se a um substrato,
originando uma nova esponja.
A produção de larvas
móveis é importante na dispersão de um animal fixo, que, de outra forma, não
poderia colonizar ambientes.
4º) Classificação das esponjas
Ascon: é a forma
estrutural mais simples. A água entra pelos poros ou óstios
e atinge uma
cavidade central dita espongiocele ou átrio, revestida pelos coanócitos.
Por
batimento flagelado, os coanócitos impulsionam a água para uma grande
superfície situada na parte superior do animal denominado ósculo, devolvendo-a
ao exterior.
Sícon: além dos
poros para a entrada de água, possui câmaras flageladas,
voltadas para a
espongiocele, cuja função é aumentar a atuação dos coanócitos.
Pode apresentar
também dobramento na superfície externa que formam canais
aferentes para a
entrada de água. A água entra pelos poros, atinge os canais
aferentes, segue
para o átrio e é, posteriormente, eliminada pelo ósculo.
Leucon: é mais complexo que as formas anteriores e
apresenta as câmaras
flageladas no interior do mesófilo. A água passa
pelos canais aferentes, atinge as
câmaras flageladas e escoa por canais
eferentes até um pequeno átrio quando só
então é eliminada para o
exterior.
Quanto a classificação, o filo Porifera apresenta três classes, conforme as caracteristicas das espículas e organização celular.
- Classe Calcarea - Agrupa as esponjas com espículas calcárias. Podem ser dos tipos áscon, sícon ou lêucon;
- Classe Hexactinellida - Grupo das esponjas com espículas de sílicas. Podem ser sícon ou lêucon;
- Classe Demospongiae - Esponjas com esqueleto de esponjina, silicioso ou misto. Apenas do tipo lêucon.
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