terça-feira, 25 de julho de 2017

Filo Poríferos

O filo Porifera (do grego pori = poro; phoros = portador); elas apresentam muitos poros pelo corpo. As esponjas atuais se diferem das ancestrais que devem ter surgido no período final da era Pré-cambriana.
A sua natureza animal apenas foi reconhecida em 1765, mas a sua posição sistemática permaneceu incerta até 1857.

1º) Características Gerais
·         Possuem poros;
·         São sésseis;
·         São aquáticas;
·         Não possuem órgão ou tecidos verdadeiros;
·         São multicelulares;
·         A maioria possui corpo assimétrico; ou simetria radiada
·         Sustentação esquelética é feita por espículas ou por espongina;
·         Reprodução assexuada por brotamento ou gemulação e sexuada com desenvolvimento indireto com a formação da larva anfiblástula, e podem ter também com desenvolvimento direto
       São denominadas também como Parazoa (grego para = ao lado de), porque elas compartilham poucas características com outros filos de metazoários (muitas células).
·         São diploblásticos (2 tecidos)
·         Acelomados
·         Sem cavidade digestiva
2º) Organização Corporal
Tem a forma de um cilindro oco, onde a extremidade posterior está aderida a um substrato, e a extremidade anterior é aberta e recebe o nome de ósculo. A sua cavidade interna recebe o nome de espongiocela ou átrio (termo em desuso). Entre a epiderme e a cavidade interna há um espaço gelatinoso, dito meso-hilo (mesenquima) onde estão imersos diversos tipos celulares.
     A parede do corpo é formada por três regiões:
a)    Epiderme: é formada por uma camada de células, chamadas pinacócitos, interrompida por porócitos.
b)    Na endoderme encontramos células características das esponjas, os coanócitos que promovem a circulação de água com batimentos de seus flagelos e que fagocitam partículas de alimentos suspensos na água. Ele é formado por um colarinho que retém as partículas alimentares inaladas.

c)    Entre as camadas aparece o mesenquíma, formado por uma espécie de gelatina, com várias células: amebócitos, células que se locomovem por pseudópodos; arqueócitos, células não especializadas capazes de originar outras células; espongioblastos e escleroblastos, que produzem o esqueleto do animal.

          A circulação da água se dá da seguinte maneira: ela entra pelos poros, vai para a espongiocela e é expelida pelo ósculo. Essa movimentação é realizada com os batimentos do flagelo presentes nos coanócitos que capturam, por fagocitose, seres unicelulares e realizam a digestão intracelular, ou seja, no interior da célula. Dos coanócitos, o alimento passa para os amebócitos, que o distribui a outras células do mesenquima e à epiderme. alimentação se dá através de partículas alimentares suspensas na água, como protozoários e algas unicelulares
Nas esponjas, não há sistemas responsáveis pela respiração, circulação e excreção. O oxigênio e os excretas entram ou saem por difusão das células e são levados pela corrente de água, a difusão é suficiente para o transporte de substâncias e o alimento chega com a corrente de água.
Quando a água entra ela traz junto o gás oxigênio e alimento para a esponja, elas são animais filtradores, e ao sair leva consigo excretas nitrogenados e o gás carbônico.
A sustentação da esponja é dada por uma rede macia e flexível de filamentos proteicos, a espongina, produzida pelos espongioblastos. Além dessa rede, há esponjas que possuem um esqueleto formado por espículas de calcário (Carbonato de cálcio) ou sílica (dióxido de silício). Este esqueleto, mais duro, é produzido pelos escleroblastos.
           

3º) REPRODUÇÃO

A reprodução pode ser assexuada ou sexuada. A grande capacidade de reprodução assexuada e de regeneração das esponjas decorre do pequeno grau de complexidade deste animal.

A reprodução assexuada pode ser por:
a)    Brotamento: a esponja-mãe produz uma projeção no corpo, que recebe o nome de broto, que pode se soltar ou ficar preso ao corpo formando uma colônia.
 b) Gemulação: é mais comum nas espécies de água doce. Com a mudança do local onde vivem, as esponjas começam a produzir estruturas resistentes a falta de água, as gêmulas, onde os arqueócitos se juntam no meso-hilo e são envoltos por uma cada de espongina incorporada com espículas silicosas. 
 Reprodução Sexuada
O espermatozóide e óvulo originam-se dos arqueócitos e coanócitos, não havendo órgãos sexuais especializados. Algumas esponjas são dióicas (de sexos separados) mas a maioria é hermafrodita ou monóica. Neste último caso, porém, o espermatozóide e o óvulo de um indivíduo são geralmente produzidos em épocas diferentes. Portanto, a fecundação é quase sempre cruzada. Os espermatozóides saem pelo ósculo e penetram em outra esponja junto com a água, onde fecundam os óvulos.
O desenvolvimento embrionário é indireto: o ovo não origina uma esponja mas se diferencia em dois tipos de larvas móveis com flagelos: a anfiblástula (esponja siconoides) e a parenquímula (esponja Leucon e Asco). As larvas saem do ósculo, nadam algum tempo e, em seguida, fixam-se a um substrato, originando uma nova esponja.
A produção de larvas móveis é importante na dispersão de um animal fixo, que, de outra forma, não poderia colonizar ambientes.
4º) Classificação das esponjas

Ascon: é a forma estrutural mais simples. A água entra pelos poros ou óstios 
e atinge uma cavidade central dita espongiocele ou átrio, revestida pelos coanócitos.
 Por batimento flagelado, os coanócitos impulsionam a água para uma grande 
superfície situada na parte superior do animal denominado ósculo, devolvendo-a
 ao exterior.

    Sícon: além dos poros para a entrada de água, possui câmaras flageladas, 
voltadas para a espongiocele, cuja função é aumentar a atuação dos coanócitos. 
Pode apresentar também dobramento na superfície externa que formam canais 
aferentes para a entrada de água. A água entra pelos poros, atinge os canais 
aferentes, segue para o átrio e é, posteriormente, eliminada pelo ósculo.

Leucon: é mais complexo que as formas anteriores e apresenta as câmaras 
flageladas no interior do mesófilo. A água passa pelos canais aferentes, atinge as 
câmaras flageladas e escoa por canais eferentes até um pequeno átrio quando só 
então é eliminada para o exterior.  

Quanto a classificação, o filo Porifera apresenta três classes, conforme as caracteristicas das espículas e organização celular.
  • Classe Calcarea - Agrupa as esponjas com espículas calcárias. Podem ser dos tipos áscon, sícon ou lêucon;
  • Classe Hexactinellida - Grupo das esponjas com espículas de sílicas. Podem ser sícon ou lêucon;
  • Classe Demospongiae - Esponjas com esqueleto de esponjina, silicioso ou misto. Apenas do tipo lêucon.

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