terça-feira, 16 de abril de 2019

Celenterados ou Cnidários

Os celenterados ou Cnidários são animais: do filo Cnidário  animais que queimam (do grego knide = alfinetar) ou Coelenterata possuem cavidade digestiva (do grego koilos = vazio e enteron = intestino), são pluricelulares primitivos e com simetria radial. São animais diblásticos (ectoderme e endoderme), que originam os tecidos no adulto.
O plano corporal básico dos cnidários é um saco com compartimento digestivo central, dito cavidade gastrovasculacr (CGV). Uma abertura única  que funciona como boca e ânus.
São encontrados em 2 formas : pólipo ou polipóide e medusa ou medusóide.
A forma pólipo é cilíndrica, fixa ou com pouca mobilidade, com uma das extremidades apoiada em um substrato qualquer e a outra livre, apresentando a abertura bucal rodeada de tentáculos. Podem viver isolados ou em colônias.
A medusa nada ativamente, é arredondada , em forma de guarda-chuva e tem vida livre. A boca localiza-se na face interna e os tentáculos na periferia do corpo.
Parede do Corpo
A parede do corpo é formada pela epiderme, derivada da ectoderme, e pela gastroderme, derivada da endoderme. Entre ambas há uma camada gelatinosa, a mesogleia, formada a partir de células da ectoderme e da endoderme.
Na epiderme encontram-se células contráteis: as células mioepiteliais, ligadas ao sistema nervoso e que agem como músculos contraindo o animal e provocando movimento nas formas móveis. Entre essas células temos células menores, as células intersticiais, importantes na reprodução. Na superfície do corpo há células exclusivas desse grupo, os cnidoblastos (cnido = urtiga), responsáveis pela defesa contra predadores e pela captura de alimentos. A camada interna a gastroderme apresenta células secretoras de enzimas digestivas, o que capacita esses animais a realizar a digestão extracelular. nessa camada há também células responsáveis pela digestão intracelular. Apresentam, portanto, digestão intra e extracelular, com os resíduos alimentares sendo expulsos pela boca.
O cnidoblasto é dotado de uma cápsula, o nematocisto, que abriga em seu interior um tubo filamentoso enovelado, portador de um líquido urticante.; contém ainda um cílio sensorial  ( cnidocílio) que funciona como um “gatilho” : ao ser estimulado , o nematocisto “dispara” o filamento urticante, injetando o veneno no corpo da vítima. Eles causam queimaduras nas pessoas que entram em contato com a água-viva e com a caravela.
esquema de um pólipo / parede corporal

cnidócito
 

Fisiologia
Os cnidários não possuem sistemas respiratório, circulatório e excretor. Como são animais finos, isto é, há poucas camadas de células no corpo, as distâncias no interior do organismo são pequenas e a difusão é suficiente para levar as substâncias a qualquer ponto do corpo. Desse modo, o oxigênio dissolvido na água se difunde pela parede do corpo (epiderme e gastroderme), atingindo todas as células. O gás carbônico faz o caminho inverso. Também por difusão, os excretas são eliminados pela parede do corpo e os alimentos passam da gastroderme para a mesogleia e epiderme.
Semelhante a um saco, o corpo dos celenterados é dotado de uma única abertura com função de boca e ânus. Essa abertura fica em contato com a cavidade digestiva ou gástrica, estrutura que aparece pela primeira vez na escala evolutiva animal : ali o alimento é parcialmente digerido. O mecanismo digestivo completa-se quando as partículas alimentares parcialmente digeridas são englobadas e encerradas no interior de vacúolos digestivos de certas células da parede do animal.
Nas formas mais volumosas, a cavidade digestiva ou celêntero é ramificada, facilitando a chegada do alimento a todos os pontos do corpo. De certa forma, essa ramificação da cavidade digestiva substitui o aparelho circulatório (por isso é chamada de cavidade gastrovascular).
A coordenação é feita por uma rede de células nervosas que se comunicam com células sensoriais glandulares, não há gânglios ou Cérbero, por isso o sistema nervoso dos celenterados é difuso.
A forma medusa possui ocelos: corpúsculos capazes de perceber maior ou menor intensidade de luz, os estatocistos, órgãos de equilíbrio que dão ao animal informações sobre sua inclinação em relação à gravidade, possibilitando-lhe perceber mudanças na posição de seu corpo.
sistema nervoso

REPRODUÇÃO

Apresentam reprodução assexuada e sexuada. A primeira pode ser feita por brotamento ou por estabilização.
BROTAMENTO: as células se multiplicam em uma região do corpo, terminando por originar um novo ser. O broto pode se soltar e Ter vida independente, ou permanecer ligado, formando colônias

Estrobilização: ocorre um tipo de estrangulamento que divide transversalmente o animal em vários descendentes.

A reprodução sexuada se faz por gametas produzidos a partir das células intersticiais. Na maioria das espécies os sexos são separados e a fecundação é externa (os gametas se encontram n água). O desenvolvimento é indireto (com estágio larval) e do ovo surge uma larva ciliada e livre, a plânula, que depois se transforma, por metamorfose, no adulto.

ALTERNÂNCIA DE GERAÇÕES ou METAGÊNESE

Em muitas espécies de cnidários a reprodução assexuada alterna-se com a reprodução sexuada, num ciclo em que há também uma alternância de formas pólipos e medusas.
A medusa macho libera o espermatozóide que irá fecundar o óvulo liberado pela medusa fêmea, formando assim o zigoto. Este transforma-se na larva plânula. Após algum tempo essa larva fixa-se em substrato, formando um pólipo jovem. (sexuada). Esse pólipo irá reproduzir-se por estrobilização, com a liberação de uma outra larva dita éfira. Esta crescerá e se transformará em uma medusa adulta ( assexuada)”.
No ciclo da Aurélia, a forma fixa é  temporária ( cifístoma), originando logo novas medusas.

No caso da Obélia, há uma colônia de pólipos com 2 tipos de indivíduos:  o gonozóides e o gastrozóides. O gastrozóide ( em maioria na colônia), responsável pela nutrição, possui boca com tentáculos e cavidade digestiva. O gonozóide é um pólipo muito modificado, sem boca nem cavidade digestiva e que produz, por uma espécie de brotamento, pequenas medusas – unissexuadas com fecundação externa, que se soltam e vão para a água, passando da forma jovem para a forma adulta. A larva proveniente do zigoto se fixa e forma um pólipo, que, por brotamento, dá origem a uma nova colônia.

CLASSIFICAÇÃO

Ø  Classe dos Hidrozoários ( Hydrozoa : do grgo hydor = água ; zoon = animal)
Neste grupo incluem-se as espécies com forma pólipo e medusa, apresentando um ciclo reprodutivo com alternância de gerações. Os hidrozoários polióides de água doce são conhecidos como hidras.
HIDRA : vivem apenas em água doce, só existe  sob a forma polipóide, reproduzindo-se tanto sexuada quanto assexuadamente. O seus pólipos são solitários e mesmo brotando novos indivíduos, estes separam-se antes de atingirem seu tamanho máximo, não havendo formação de colônia. Não há esqueleto, e os animais são capazes de se locomover consideravelmente por cambalhotas. Freqüentemente, encontram-se células de algas verdes simbiontes na camada de células que reveste internamente o intestino das hidras. Por isso, muitas delas são verdes. Nos meses de primavera e verão, ocorrem os brotamentos assexuados ; no outono são produzidos sexuadamente os “ovos de inverno”, resistentes ao congelamento e à dessecação.
Ela também pode se reproduzir por regeneração.

OBÉLIA :  constitui também um exemplo clássico de hidrozoários que , na fase colonial fixa, apresenta pólipos de nutrição ( hidrantes) e de reprodução assexuada ( gonângios). A colônia é sustentada por um exoesqueleto tubular de quitina. A colônia apresenta 2 partes : a hidrorriza, semelhante a uma raiz, pela qual se fixa ao substrato , e o hidrocaule, parte ramificada que sustenta muitos pólipos denominados hidrantes.
tirado: só biologia
PHYSALIA ou CARAVELA : a parte flutuante é constituída por uma espécie de bolsa gasosa, de colorido vistoso. A parte submersa é formada por tentáculos muito compridos, que provocam queimaduras dolorosas e desmaios nos banhistas. Os tentáculos de uma caravela de 12 cm de comprimento chegam a Ter 9 m . As suas colônias ocorrem nos mares quentes e são levadas às praias por ventos e correntes marítimas. Na organização colonial, há repartição de trabalho com indivíduos alimentadores, protetores, flutuadores, reprodutores.


Ø  CLASSE DOS CIFOZOÁRIOS ( Scyphozoa:do grego skyphos = taça ; zoon = animal)
Nesta classe predominam as grandes medusas, chamadas de cifomedusas. Os pólipos, chamados de cifístomas, são de tamanho pequeno e de vida curta. Os cifozoários são exclusivamente marinhos. Como representantes dessa classe temos a Aurélia sp ou água viva.

Ø  CLASSE DOS ANTOZOÁRIOS ( Anthozoa: do grego anthos = flor ; zoon = animal)

Os indivíduos dessa classe apresentam apenas forma polipóide. Vivem isolados ou em colônias; não fazem metagênese.
Os pólipos dos antozoários são diferentes do dos hidrozoários. Sua boca localiza-se na extremidade de um tubo, a faringe, que se projeta dentro da cavidade gastrovascular. Esta se caracteriza por apresentar septos que a dividem em compartimentos radiais
A esta classe pertencem as:
 anêmonas-do-mar ou actínias ou dálias-do-mar : pólipos isolados que atingem o maior tamanho entre os antozoários elas parecem flores desabrochadas quando seus tentáculos estão abertos.

O coral Corallum rubrum não é flexível ele é empregado na confecção de jóias.
De acordo com a sua localização, os corais podem ser costeiros, barreira e circulares (atóis). Os corais constituídos  por pólipos geralmente pequenos e agrupados , apoiados sobre base esquelética compacta de carbonato de cálcio. Os recifes de corais vivem em águas rasas ( menos de 100 metros), claras e quentes ( acima de 20ºC ). Na parte superior dos recifes estão os corais vivos os mortos ficam embaixo.
Corallum rubrum


Resultado de imagem para CORAIS
Coral cérebro 

Branqueamento de corais

O branqueamento de corais é um fenômeno desencadeado, principalmente, pelo aumento da temperatura da água, que afeta de maneira significativa os recifes de corais. A morte dos pólipos ocorre pela destruição das zooxantelasalgas unicelulares que vivem dentro do celêntero dos pólipos e lhes fornecem parte da alimentação necessária, através da fotossíntese, ou por diminuição do plâncton (o outro elemento nutritivo do coral) na área. Quando isto acontece, os pólipos ficam enfraquecidos e morrem, restando o esqueleto calcário que rapidamente fica branco, uma vez que a matéria orgânica se decompõe. Por isso se chama a este processo "branqueamento.
comparação entre os corais branco / normal

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